segunda-feira, 22 de março de 2010

É para Aveiro que querem encaminhar os utentes do Hospital Visconde de Salreu?! Então leiam com atenção! - Parte I





Hospital de Aveiro assume falha na assistência a idosa
Utentes e Ordem dos Médicos acusam ministro
A direcção clínica do Hospital Distrital de Aveiro (HDA) assumiu a
falha na resposta a uma idosa de Vale Maior, Albergaria-A-Velha,
que esteve cerca de quatro horas à espera de atendimento médico
na urgência, onde acabou por morrer, sozinha numa maca na sala
de espera para onde são encaminhados os doentes após triagem
dos casos mais graves.
"Era um caso sinalizado com pulseira amarela, que indica uma
urgência intermédia, entre muitas urgências e não urgências.
Deveria ter sido observada numa hora", admitiu Lurdes Sá, directora
clínica, remetendo mais esclarecimentos para as conclusões a
apurar no âmbito do inquérito aberto ainda no próprio dia da morte,
quarta--feira ao final da tarde.
A mulher de 85 anos, viúva, deu entrada na urgência HDA cerca das
13.50, transportada pelos bombeiros de Albergaria-A-Velha com
uma carta do médico de família dando conta de um quadro clínico
muito débil, após uma semana acamada e em que praticamente não
se alimentou. A acompanhante, uma filha, alertou logo os serviços
clínicos para o facto de a mãe "já não falar".
De acordo com um bombeiro presente na altura, a grande afluência
de doentes verificada na altura obrigou a esperar duas horas por
uma maca de hospital vaga para transferir a idosa. "Não é a primeira vez que isto acontece", explicou, aludindo à demora no
atendimento pós triagem.
Segundo a directora clínica, a doente acabaria por falecer cerca das 17.45, vítima de paragem cardio-respiratória, o que indicia não
ter sido objecto "dos cuidados devidos".
Alguns doentes na sala pós triagem ter-se-ão apercebido do aspecto "muito pálido" da idosa, alertando um bombeiro que passava
no momento. Este confirmaria a ausência de sinais vitais e chamou o pessoal médico, que já só pôde confirmar o óbito.
"Infelizmente, não teve qualquer assistência. Para mim, é um caso de negligência. Veremos o que diz a autópsia", disse uma amiga
da filha que acompanhou o caso no hospital, onde foram deixadas várias queixas deste caso no livro de reclamações.
O funeral de Albertina Mendes realiza-se hoje. A família vai pedir, formalmente, responsabilidades ao hospital.
Cláudia Pereira, porta-voz da comissão de utentes do HDA, responsabilizou o ministro da Saúde pela morte da idosa. "O aumento
de utentes em virtude da política de encerramento de serviços não foi acompanhado de melhor resposta da urgência. Provou-se que
o serviço não pode ser bem prestado", criticou a activista.
O bastonário da Ordem dos Médicos também responsabilizou o Governo e o primeiro-ministro pela morte da idosa, atribuindo a
situação à sobrecarga da urgência, e ilibou a unidade de saúde e os profissionais. "Que fique bem claro que a responsabilidade do
que se passa no terreno é da errada política de Saúde do Governo. É ao primeiro-ministro José Sócrates que devem ser imputadas
responsabilidades", afirma José Manuel Silva, o bastonário em exercício. O DN tentou, sem sucesso, uma reacção do ministro da
Saúde.
"JÚLIO ALMEIDA, Aveiro
publicado a 2008-01-04 no Diário de Notícias"

2 comentários:

  1. Não chames Zé Carlos ao teu filho, porque Marias há muitas!
    O titulo pode ter alguma piada, mas o caso que se segue é recente, verídico e de desesperante preocupação.
    Acabaram de me contar uma história que se passou no HOSPITAL DE AVEIRO com uma colega de trabalho da minha namorada.
    O marido dessa colega, vamos chamar-lhe Zé Carlos, foi operado de urgência esta semana a uma apendicite aguda, problema relativamente comum, que apesar disso deve ser tratado com o devido cuidado. Cirurgia efectuada, o Ze Carlos estava em recuperação pós-operatória, quando começou a ter febre e dificuldade respiratória.
    Como se torna estupidamente comum, o médico e enfermeiros diziam que estes sintomas eram "normais", o Ze Carlos não se deveria preocupar.
    Entretanto a febre aumentou e a medicação não resultava e o Ze Carlos começou a ter muito mais dificuldades em respirar, de tal forma que o cansaço começou a ser evidente, e ele adormecia ao tentar falar, não podia tossir para não rebentar os "pontos" da operação.
    Os médicos resolveram fazer um raio-X ao Ze Carlos para verificar o estado das vias respiratórias. O médico responsável, disse que ele estava impecável, e que não havia nada de errado no raio X, que ele melhoraria em breve. O Ze Carlos piorava a cada hora, com mais febre e menos oxigénio.
    A sua esposa, funcionária do hospital, que conhece os cantos à casa, resolve pedir uma opinião a outra médica por portas travessas, e pediram que se lhe fizesse uma gasometria (exame que avalia o oxigenio e outros gases no sangue) e viram que o ZC tinha apenas 20% de óxigénio no sangue, e que MORRERIA em breve se o problema se agravasse.
    O caso foi revisto, e ao verificarem de novo o Raio-X chegaram à conclusão que o médico responsável tinha visto o Raio-X ERRADO. Era de outro paciente. De outro Zé Carlos. Ao verem o verdadeiro raio-X do ZC, verificaram que tinha os pulmões cheios de liquidos, e que o ZC tinha contraído uma pneumonia no bloco operatório.
    Foram feitas novas análises (7h30) e lá por essas 10h30 uma enfermeira dava a noticia ao ZC que tinha contraído Gripe A.
    A esposa desconfiou da rapidez de resposta das análises, pois sendo ela funcionária (para n ser mto especifico) sabia que essa rapidez era impossivel.
    Afinal... era apenas mais uma troca de informação. A Gripe A diagnosticada não era dele, era de outro Ze Carlos. Quando confrontada com o engano, a enfermeira simplesmente que "Marias há muitas" como se fosse perfeitamente NORMAL trocar diagnósticos e fichas de pacientes, como se de gado se tratasse...
    Entretanto, depois da verdade apurada, o ZC está a ser tratado convenientemente e está fora de perigo.
    Mas isto deixa-me a pensar: Se fosse um de nós, que não trabalha num hospital ou que não tenha acesso a cunhas, TERIA MORRIDO, foi por uma questão de horas e de uma rapida mexida por portas travessas que tal não sucedeu ao ZC.
    E seria apenas mais um caso no Correio da Manhã do dia seguinte, e provavelmente um pequeno caso de tribunal de negligencia médica nos 10 anos seguintes.


    E é a estas mãos que estamos entregues...


    Por isso deixo o repto:
    Das duas uma: Ou fortalecem as vossas cunhas no sistema de saúde, ou não chamam nomes vulgares aos vossos filhos, pois se forem mais uma "Maria" ou um "Ze Carlos", pode-vos custar a vida.

    Retirado do blogue http://cagaatuasentenca.blogspot.com

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  2. Famílias querem Hospital de Aveiro nos tribunais
    por

    JÚLIO ALMEIDA, Aveiro

    LEONARDO NEGRÃO-ARQUIVO DN25 Janeiro 2008


    A família de Manuel Dias da Silva, o idoso que faleceu segunda-feira em Coimbra, para onde fora transferido em coma após uma queda da maca no Hospital Distrital de Aveiro (HDA), anunciou ontem que pretende constituir advogado para apresentar uma queixa contra esta unidade de saúde "por negligência". Carminda Moutela, sobrinha do falecido, recebeu já uma procuração da viúva para dar andamento à acção em tribunal.

    O dado que "deu maior força" foi a certidão de óbito apontar para morte por traumatismo cranio-encefálico, contrariando informações dadas pela direcção clínica do hospital aveirense que excluiu, formalmente, qualquer traumatismo na sequência do acidente. Dois dos três filhos, todos emigrantes em França, já regressaram ao país onde estão radicados depois de terem vindo participar no funeral do pai. O último embarca hoje, levando a mãe.

    Apesar de, inicialmente, a família não ter manifestado intenção de recorrer à justiça, os "factos" conhecidos nos últimos dias envolvendo o caso ocorrido nas urgências de Aveiro "não podem ficar sem responsáveis", alegou Carminda Moutela, mantendo a convicção que o tio "não foi acompanhado devidamente" na fatídica noite em que a viúva o encontrou sozinho, caído no chão, banhado em sangue devido a um corte na testa e a maca por cima. "Não nos move qualquer indemnização, tão só que sirva de exemplo para não se repetir o que sucedeu", explicou.

    A sobrinha falava após ter sido ouvida por elementos da Inspecção-geral das Actividades em Saúde (AGAS), que também interrogou a viúva e outra sobrinha com que esteve parte da madrugada do passado Domingo na urgência. A equipa de inspectores esteve ainda a inquirir pessoal do hospital.

    O processo inquérito de averiguações às circunstâncias que rodearam a morte do homem de 75 anos natural de Estarreja, após ter dado entrada nas urgências de Aveiro com uma crise de vesícula, deverá ficar concluído num prazo não inferior a trinta dias. O HDA não quis prestar esclarecimentos, aguardando pelo resultado do inquérito da AGAS.

    Hoje a administração será informada dos resultados preliminares do processo de averiguações interno de outra morte ocorrida nas urgências, a 02 de Janeiro, quando uma idosa de 85 anos, que esteve quatro horas numa maca em prostração, morreu por paragem cardio-respiratória.

    Fonte familiar afirmou que são aguardados os resultados do inquérito e da autópsia "para analisar a possibilidade de apresentar queixa" mas "sem pressa de decidir", já que o prazo é de seis meses. Os familiares regressaram há dias ao hospital onde reuniram "informalmente" a pedido de um médico que expôs, sem indicar responsáveis directos, o que de errado terá sucedido.|

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